Esta semana estudaremos o Dom de línguas, com essa grande presença da vinda do espirito Santo neste domingo de Pentecostes apreciemos esses dons que o Espirito Santo nos conduz |
Para que
serve? Como Recebê-lo?
Existe
muita confusão na mente das pessoas a respeito do dom das línguas. Muitos pensam
que falar em línguas significa ter o dom de ensinar a palavra de Deus em
linguagem humana não aprendida anteriormente, como aconteceu em Pentecostes (At
2). Outros tiram do contexto certos textos de São Paulo e afirmam que Paulo
desencoraja o uso deste dom. Embora provavelmente bem intencionadas, estas
pessoas se enganam, porque um estudo discernido da Escritura vai mostrar-nos que
há três aspectos no dom de línguas: em alguns casos é um sinal (miraculoso),
freqüentemente é uma mensagem normal de Deus à assembléia, e na maioria dos
casos é um belo dom de oração. Além disso, longe de menosprezar o dom, Paulo o
tinha em alta consideração por seus vários usos.
Uso
público
A maioria
dos conselhos de Paulo sobre as línguas, na 1a Carta aos Coríntios, fala sobre o
uso disciplinado das línguas nas reuniões públicas dos discípulos para oração e
partilha. Ao dar este conselho, Paulo estava indo ao encontro das necessidades
da Igreja de Corinto e respondendo às perguntas que lhe faziam (1Cor
7,1;11,18;12,1). Longe de desencorajar o uso das línguas, Paulo estava
encorajando a usá-las com propriedade, para beneficio comum. No contexto
público, duas funções possíveis eram preenchidas por este carisma: mensagem e
sinal. Quando o dom é usado para levar uma mensagem, o que é falado à assembléia
em línguas, deve ser inteligível. Dai Paulo aconselhar sobre a necessidade do
carisma de interpretação (1Cor 14,5 e 27). Interpretação não é tradução, pois
quem interpreta não compreende os sons estranhos pronunciados. Mas o intérprete
é inspirado pelo Espírito a partilhar na fé a intuição ou a idéia do que seja a
mensagem; nisto, é semelhante à operação da profecia. Paulo encoraja aquele que
fala em línguas a pedir para si mesmo o poder de interpretá-las (1Cor
14,13).
O dom
pode, também, servir de sinal: os sons estranhos articulados são, às vezes,
inteligíveis por si mesmos, miraculosamente, sem a necessidade de interpretação.
Neste caso, a pessoa para quem, o sinal é dirigido (1Cor 14,22) poderá
compreender os sinais, porque eles são verdadeiramente linguagem humana de seu
conhecimento. Isto é o que parece ter acontecido no dia de Pentecostes e,
talvez, na conversão de Cornélio (At 2,4-12; At 10,45-46; ver também Mc 16,47).
Vemos também os exemplos atuais disto.
O uso na
oração pessoal
"Aquele
que fala em línguas não fala aos homens, senão a Deus: ninguém o entende, pois
fala coisas misteriosas, sob a ação do Espírito... (1Cor 14,2). Se eu oro em
virtude do dom das línguas, o meu espírito ora, mas o meu entendimento fica sem
fruto. (Outra tradução: minha mente não contribui em nada) (1Cor
14,14)”.
"Outrossim,
o Espírito vem em auxílio de nossa fraqueza, porque não sabemos o que devemos
pedir, nem orar como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos
inefáveis." (Rm 8,26).
As
línguas são uma ajuda à oração, feita para aqueles que em várias ocasiões se
sentem "enfraquecidos" e incapazes de orar bem da maneira comum. É uma oração
que não se baseia em conceitos. Daí, poder ajudar uma pessoa a orar a qualquer
hora, mesmo quando estiver distraída, cansada ou ocupada em trabalho mecânico.
Dá descanso à atividade frenética da mente, um valor apreciado pelos mestres
espirituais de todas as tradições.
Tem muita
semelhança com a oração de Jesus e com a oração de silêncio que é descrita no
livro "The Cloud of Unknowing" (A Nuvem do Desconhecimento). Embora não seja
conceitualmente compreendida por quem a usa, Paulo nos afirma que Deus, a quem a
oração é dirigida, a compreende (Rm 8,27).
Podemos
ver quão pura é esta oração. Em outras formas de oração, usamos pensamentos e
imagens como meios de chegar a Deus. Nesta oração, vamos além deles, deixamos
que eles fiquem para trás, à medida que nós chegamos ao próprio Deus. É um ato
de fé muito puro. Talvez, nesta oração, pela primeira vez nós realmente agimos
em "pura" fé. Muitas vezes nossa fé está apoiada em conceitos e imagens da fé.
Aqui vamos, além deles, ao objeto da fé, deixando todos os conceitos e imagens
para trás.
Também
podemos notar quão cristã é esta oração. Pois realmente morremos para nós
mesmos, ao nosso ser mais superficial, ao nível dos pensamentos, imagens e
sentimentos, para podermos viver para Cristo. “Morremos” para os nossos
pensamentos e imaginações, não importa quão bonitos sejam ou quão úteis possam
ser. Deixamos que fiquem todos para trás, pois queremos um contato imediato com
o próprio Deus, e não um pensamento, uma imagem ou visão dele somente a
experiência de fé em Deus.
O dom é
para uso no louvor a Deus, quando uma pessoa fica sem palavras ou idéias, e na
oração de intercessão. Quando não se sabe o que pedir ou para quem orar, o
Espírito está pronto para interceder através de nossos sons articulados (Rm
8,26).
A
experiência dos que estão na Renovação Carismática diz que esta oração é eficaz
e frutífera.
O dom é
também útil como um meio de entrar na oração de contemplação, como têm
testemunhado monges beneditinos e Trapistas, e também para combater eficazmente
na batalha espiritual (Ef 6,10-11 e 18). Paulo nos lembra que estamos todos
engajados na batalha espiritual. Nossa batalha continua não é com realidades
humanas, mas com forças sobre-humanas contra as quais somos incapazes por nós
mesmos. Daí nossa necessidade de usar toda a armadura de Deus e nos apoiar
totalmente em seus dons e em seu poder. Este poder atingimos pela fé.
A
experiência de Paulo e a experiência atual dos que estão na Renovação
Carismática nos dizem que usar o dom das línguas é um bom meio de lutar contra o
inimigo efetivamente devastador, e de vencer suas tentações.
Não é
para menos que tantas vezes sejamos tentados pelo mentiroso a minimizar este dom
e a deixar de usá-lo.
Uma
Oração de Fé
Pelo fato
de construir a nossa fé, o dom das línguas é, muitas vezes, chamado de porta de
entrada para os outros dons - "o carisma limiar".
Para
receber e usar todos os carismas, como a profecia, a cura, a palavra de ciência,
e os demais, a pessoa precisa ter uma fé ativa e expressa.
Receber -
entregar-se - ao dom das línguas dá à pessoa a experiência do que isto
significa. Desta forma é o limiar para os outros dons.
No
entanto, entregar-se ao dom das línguas não é pré-requisito para receber os
outros dons. "Aquele que fala em línguas edifica-se a si mesmo... ora, desejo
que todos faleis em línguas" (1Cor 14,4-5). Edificar significa construir, fazer
firme e forte. Orar em línguas é um modo importante de construir nossa fé. Como
exercitamos nossa fé, usando-a, seu uso freqüente torna-a mais forte. Quanto
mais regularmente usamos o dom, rejeitando todas as tentações de dúvida e
cansaço, mais nossa fé é edificada e construída. Por isso Paulo, cuja fé era
tremenda, podia proclamar publicamente:
"Graças
a Deus que possuo o dom de línguas, superior a todos vós" (1Cor
14,18).
Naturalmente,
orar em línguas é apenas uma das muitas formas de oração. Os que estão na
Renovação Carismática também usam muito a oração litúrgica, a Eucaristia, o
oficio divino e outras formas tradicionais de devoção pública e particular.
Paulo encoraja isto também, dizendo:
"Orarei
com o espírito, mas orarei também com o entendimento (1Cor 14,15)”.
A oração
em línguas não pode ser julgada por si mesma. Porque vai além do pensamento,
além da imagem, nada fica pelo qual ela possa ser julgada. Na oração ativa
conceitual podemos fazer alguns julgamentos depois que oramos: "Tive umas
sensações boas", ou "Tive muitas distrações". Mas tudo isto é irrelevante a esta
oração. Portanto, nada fica pelo qual ela possa ser julgada.
Existe,
porém, uma forma que permite ao que é bom nesta oração ser confirmado para nós.
Nosso Senhor disse: "Podeis julgar a árvore por seus frutos". Se formos fiéis a
esta forma de oração, tornando-a uma parte regular do nosso dia, rapidamente
iremos discernir o amadurecimento dos frutos do Espírito em nossas
vidas.
Experimentei
isto em minha própria vida e vejo-o sempre na vida dos outros.
Como
receber o Dom?
Este dom,
em seus três aspectos, é um meio e uma oportunidade de nos entregarmos
totalmente mesmo o nosso intelecto! - ao senhorio de Jesus. "Se alguém tiver
sede, venha a mim e beba, quem crê em mim, como diz a Escritura:"Do seu interior
manarão rios de água viva" (Jo 7,37-38).
Se
queremos receber este dom, devemos:
1. ANSIAR
PELO DOM
Reflita
sobre as Escrituras e esteja convencido, na mente e no coração, de que este dom
é de Deus, dado à Igreja hoje, e à disposição dos fiéis. Lembre-se das palavras
de Paulo: "Aspirai igualmente aos dons espirituais... desejo que todos faleis em
línguas... graças a Deus, que possuo o dom de línguas superior a todos vós...
aquele que fala em línguas não fala aos homens, senão a Deus... aquele que fala
em línguas edifica-se a si mesmo... orarei com o espírito, mas orarei também com
o entendimento... orai o tempo todo no Espírito" (1Cor 14,15; Ef
6,18).
2. VIR A
JESUS E PEDIR O DOM DA ORAÇÃO.
Conte-lhe
o desejo de seu coração. Peça com amor e fé.
3.
ACEITAR O DOM DE JESUS NA FÉ E COMEÇAR A USÁ-LO.
Saiba que
Deus ouviu sua oração. (Lc 11,13)
Fale
deliberadamente em sons ininteligíveis enquanto sua atenção se concentra
inteiramente em Deus.
Deve-se
ter a intenção de que estes sons sejam para oração de louvor ou de intercessão.
Inicialmente o dom pode ser muito rudimentar - as mesmas duas ou três silabas
repetidas sempre. Mas o uso regular e persistente do dom - digamos uns quinze
minutos todos os dias - levará em poucos dias a uma língua mais desenvolvida e
satisfatória.
Nossa
base para este método é a fé expectante tantas vezes ilustrada e encorajada na
Escritura; por exemplo, em Jo 2,7-1 O; Lc 17,12-16; Mt 14,22-31. Aqui, as
pessoas envolvidas tinham que dar o primeiro passo. Elas tinham que agir, sem
levar em consideração o risco de que nada pudesse acontecer, e apoiando-se
inteiramente na bondade de Deus e no desejo de agir. E porque acreditaram e
agiram nesta fé, descobriram, para sua felicidade, que haviam realmente sido
abençoadas "Tudo o que pedirdes na oração, crede que o tendes recebido, e
ser-vos-á dado" (Mc 11,24).
4.
CONTINUAR A CRER E USAR ESTE DOM PARA ORAÇÃO.
Não há
provas humanas possíveis para encorajarnos a esta entrega ao dom. No entanto,
seremos convencidos pela evidência que se seguirá ao seu uso constante. Por seus
frutos em nossa vida, seremos capazes de julgar seu valor e sua
autenticidade.
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quarta-feira, 30 de maio de 2012
Dom da Variedade das Línguas
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