quinta-feira, 24 de maio de 2012

Dom da Profecia

Iniciaremos noss estudo com o Dom da Profecia!



Dom da Profecia


Em suas cartas enviadas a Comunidade de Corinto, falando sobre os carismas, Paulo, de uma forma particular chama a atenção ao Carisma da Profecia dizendo: ”Aspirai [...] aos dons espirituais; mas, sobretudo, ao de profecia” (ICor 14,1). E explica a importância desse dom: ”Aquele que profetiza, fala aos homens para edificá-los, exortá-los e consolá-los” (v.3). Para o apóstolo, essas três qualidades desse carisma ajudam a perceber o quão importante e necessário é ele dentro da comunidade, pois, ele edifica os ouvintes, sejam eles fiéis ou infiéis.



Para melhor entender esse carisma, vamos abordar alguns tópicos importantes:


1. A Profecia como carisma

Podemos definir a profecia:



É o dom pelo qual Deus manifesta seus próprios pensamentos, de forma que tal mensagem possa ser dada por um indivíduo, por um grupo de indivíduos ou por uma comunidade.



A profecia é “uma graça carismática pela qual Deus usa certo homem (pessoa) como instrumento para uma mensagem divina, destinada ao indivíduo ou à coletividade. Mesmo sendo evidenciado na Bíblia, em muitas situações, a profecia não se refere, necessariamente, ao futuro”.



Por meio dele Deus usa alguém para falar o que pensa sobre alguma situação presente, ou qual é sua intenção para o futuro. O uso deste dom numa reunião de oração, serve para atrair a atenção dos presentes a Deus e aprofundar o seno de Sua presença. Assim, “o profeta transmite o pensamento de Deus para que se possa agir segundo esse pensamento. E essa transmissão vem de Deus e não da mente daquele que falar”.



A profecia é um dom do espírito, destinado a revelar o pensamento do Senhor, é o que o Senhor deseja dizer ao Seu povo, agora.



Apesar de ser um fato raro, a profecia não deve ser a proclamação de passagens bíblicas, mas quando isso ocorre, é porque Deus quer naquele momento relembrar a sua Igreja esta ou aquela mensagem ou mesmo uma verdade de fé, que esteja esquecida pelos presentes na assembléia. Pela nossa humanidade e por as vezes ter preconceito com aquele que passa a mensagem, não damos atenção a mensagem passada. Isto é um erro. No antigo Testamento Moisés nos dá um belo exemplo de como agir nestas situações ao receber um pedido de Josué para impedir Eldad e Medad de profetizar no acampamento, assim respondeu Moisés: “Prouvera a Deus que todo o povo do Senhor profetizasse, e que o Senhor lhe desse o seu Espírito” .(Nm 11-29)



Assim, a profecia é como que fruto do derramamento do Espírito Santo na Igreja de Jesus. Os que têm o Espírito de Cristo poderão ser aptos instrumentos do Senhor para transmitirem as mensagens proféticas às assembléias.


2. A Manifestação da Profecia



Geralmente, esse dom se manifesta na comunidade que ora e louva o Senhor, ouvindo a Sua palavra com o coração dócil e atento. Nos encontros de oração, o louvor inicial é fundamental para abertura do coração, pois o canto é um poderoso meio de atrair pessoas a Deus e preparar seus corações para a comunicação de Deus.



Após o louvor ora-se pela presença plena do Espírito Santo sobre todos. Ouve-se a palavra de Deus escolhida pelo grupo de oração preparou para o encontro e medita-se a palavra. A seguir, convida-se para o canto em línguas que se estenderá por alguns minutos, faz-se um breve silêncio para que se possa ouvir a mensagem divina em seu coração e para que esta seja proclamada.



O canto em línguas serve para deixar a mente limpa e aberta para a comunicação da mensagem divina. Estas mensagens não são frutos da mente, mas inspirações divinas e geralmente são proclamadas na primeira o segunda pessoa (do singular ou plural). Exemplo “Eu te amo, povo Meu...”; “Tu és meu rebanho escolhido...”; “Vós sois o povo de minha predileção”.

3. O ciclo carismático



O ciclo carismático se dá com o uso de três elementos: louvor, oração e profecia. Quando aramos ao Senhor e dirigimos a Ele todo o nosso louvor, Deus nos responde com as palavras proféticas, usando as mentes e vontades livres, que se rendem a Ele para que a comunidade seja edificada, exortada e consolada.



Este dom é muito edificante para aquele que o usa, pois se sente mensageiro de uma palavra que provém do coração do Pai celestial, transmitindo sua vontade, amor e misericórdia a Seus filhos. Geralmente a profecia começa com uma simples palavra inspirada na mente do profeta e esta vai se completando ao ponto de ser transmitida. Apesar de não ser um hábito comum, é importante a pratica deste carisma, pois assim ajuda no conhecimento da voz do Senhor ao ponto de não mais confundi-la com pensamentos surgidos na própria mente.



É importante que a comunidade guarde, por escrito, as profecias; isso ajudará a confirmá-las quando se tornarem realidade no grupo.


4. Pode existir falsa profecia



Quando acontece o anúncio de uma falsa profecia, logo a comunidade percebe que se trata de algo que não tem fundamento, nem o respaldo das Escrituras ou dos documentos da Igreja. Nestas situações o uso do dom do discernimento é fundamental na averiguação da profecia.



A falsa profecia pode ser detectada pelos seus frutos: esta causa um mal-estar na comunidade, e a sensação de que o que se ouve nada tem de verdadeiro. Deus jamais inspirará uma profecia que contradiga o que Ele, anteriormente já inspirou (nas Escrituras e documentos da Igreja).



Existem também as não-profecias e as psudoprofecias. As não-profecias, por vezes, podem ser palavras ungidas, mas não são profecias. As pseudoprofecias acontecem quando, alguém na tentativa de utilizar o dom, cede ao impulso de falar, sem prévio discernimento. Os lideres percebendo o acontecimento das pseudoprofecias por mais de uma vez, devem corrigir a pessoa.


5. Confirmação da profecia



Uma profecia pode ser inspirada por Deus em mais de uma pessoa, quando a primeira profecia é proclamada, as outras pessoas, tendo-a recebido, de igual forma poderão, por sua vez, acrescentar: “Eu confirmo esta profecia”. Após a profecia ser proclamada, aconselha-se louvar ao Senhor e não aplaudir.



Muitas vezes, esperamos que outros tenham recebido e que alguém confirme por nós antes que nos pronunciemos. Se agirmos sempre assim, não teremos experiência com o carisma da profecia. Tal temor é até lógico, principalmente no começo do uso do carisma na assembléia. Um fator muito importante é a entrega para o uso do carisma, pois Deus nos usa na medida em que nos tornamos disponíveis.


6. A unção da Profecia



Segundo o Pe DeGrandis, a profecia é precedida pela unção, que se manifestam em sensações físicas, que com o tempo e prática do carisma tendem a desaparecer. A unção que precede a profecia é:



Chave de percepção para saber que o Senhor vai nos falar; é um senso da presença do Senhor e um impulso, um movimento no intimo do nosso espírito. Os sinais físicos podem ser descritos assim:



- um formigamento nos dedos; um calor pelo corpo todo e batimento acelerado do coração;

- sensação de paz ou senso de amor ao Senhor, com formigamento nas mãos.



É como se o Senhor falasse “Preste atenção, agora! Eu vou falar; ouça isto”! Não se deve lutar contra o que ouviu, nem mesmo analisar; deve-se falar.



Sabemos, contudo, que nenhuma dessas sensações, por si mesmo, prova a autenticidade de uma profecia. Tais sensações são acompanhadas pela ação do Espírito Santo. Evite-se confusão: não se fique apenas nas sensações, aguardando qualquer modificação física, para se pronunciar uma profecia.


7. Efeitos da profecia: edificação, consolação e exortação



Geralmente a profecia é dada dentro de um clima de oração, louvo, escuta da palavra e dom em línguas. Quando a comunidade orante se reúne, o exercício desse dom profético é mais facilmente praticado. No momento certo, pode-se pedir a profecia para alguém em particular ou para a necessidade da comunidade como um todo.



A profecia ela pode vir para confirmar o que já está sendo realizado na comunidade, encorajando a todos a continuar, pois é a vontade do Senhor. Ela pode vir para revelar uma missão para a comunidade, e até mesmo para confirmar nos corações o amor de Deus e de seu poder ou um sentimento profundo da presença de Deus na comunidade, ou na vida de da pessoa a qual foi pronunciada a profecia.



A profecia de edificação: esta fala da presença do Senhor junto ao Seu povo; presença que inunda a comunidade dom um senso especial de Deus. A comunidade percebe que o Senhor está com ela; o que lhe dá segurança na caminhada e a certeza de continuar perseverante no amor do Senhor;



Profecia de exortação: o Senhor convida a comunidade a se deixar guiar por Ele; convida ao cumprimento de Seus divinos mandamentos e deveres religiosos; lembra a importância de se manterem unidos uns aos outros e, todos, ao Senhor. Recorda, ainda, que Ele é o Pastor que conduz o Seu povo predileto, que é o seu Deus, Senhor e Redentor;



Profecia de consolação: o Senhor quer derramar Seu amor sobre Seu povo e curar-lhe as feridas; Ele é o Consolador do Seu povo, por excelência, e jamais o abandonará; nEle está a paz verdadeira, a plenitude dos anseios do coração humano. Nele podemos descansar o coração e a alma. Nele podemos confiar.



São Paulo nos diz: Todos podemos profetizar (ICor 14,31). Precisamos de profetas que nos animem na caminhada de fé, que nos exortem nos momentos difíceis, que nos instruam nas sendas do Senhor e de Seus mandamentos.

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